O que é a inflação?
Por Thiago
O que é a inflação?
É o governo, os bancos e as principais corporações do país se resgatando das dividas deles com o seu dinheiro. Eles fazem isso através do aumento da base monetária, ou em outras palavras, imprimindo dinheiro. Por isso eles dizem ser bom para a economia. É bom para a economia deles, pois é você quem paga essas contas.
Estudos mostram que o brasileiro trabalha até o fim de maio de cada ano pra pagar seus impostos.
O Estado usa os impostos para conseguir, via coerção, parte dos bens adquiridos por cada pessoa de cada país.
Vale lembrar que cada país tem sua forma de taxar a população, mas independente da ideologia política do país, o cidadão tem como dever entregar parte dos seus rendimentos para o Estado. Isso acontece pois “O Estado tem como objetivo propiciar o bem estar, harmonia social, qualidade de vida e garantir todos os meios para que a democracia seja exercida. Visa a um modelo de igualdade de oportunidades entre as pessoas.”
Não é segredo para ninguém que o Estado é falho em quase tudo o que se propõe a fazer. Falha na segurança, na educação, na saúde. Em todos os setores que o Estado é ativo, deixa a desejar.
Podemos debater durante horas sobre o quão positivo ou negativo pode ser a presença do Estado na vida de qualquer cidadão. E isso nos requer uma perspectiva diferente do que estamos acostumados a ter.
Começamos sabendo que cada Estado tem um peso diferente na vida do seu cidadão. Uma pessoa nascida nos EUA, vê o Estado de uma maneira totalmente diferente que uma pessoa nascida na Argentina. Alguém nascido na Coreia do Norte, tem uma uma perspectiva totalmente diferente de alguém nascido na Alemanha. E eu não dou esses exemplos pra dizer qual é melhor ou qual é pior, mas sim pra que você siga a mesma linha de raciocino que eu.
Eu não sou obrigado a pagar imposto em qualquer lugar? Eu não sofro com a inflação
em qualquer país? Para essas perguntas, a resposta é sim.
Todos os Estados devem ser visto como empresas. E essas empresas são donas de 2 monopólios: O dinheiro e a violência.
O Brasil, Venezuela, EUA, China, Inglaterra e todos os outros países controlam totalmente o dinheiro que deve ser obrigatoriamente usado e também a violência do país, com suas Forças Armadas.
A violência é a forma de coerção que o Estado tem para manter seu monopólio sobre o dinheiro. No nosso país, temos a lei de curso forçado:
“Art. 1º É nula qualquer estipulação de pagamento em ouro, ou em determinada espécie de moeda,
ou por qualquer meio tendente a recusar ou restringir, nos seus efeitos, o curso forçado do mil réis papel.
Art. 2º A partir da publicação dêste decreto, é vedada, sob pena de nulidade, nos contratos exequiveis no Brasil,
a estipulação de pagamento em moeda que não seja a corrente, pelo seu valor legal.
Art. 3º O presente decreto entrará em vigor na data de sua publicação, devendo seu texto ser transmitido aos interventores para publicação imediata,
revogadas as disposições em contrário, incluídas as de caráter constitucional.
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1933, 112º da Independência e 45º da República.”
Então fica claro que qualquer cidadão fica obrigado a usar a moeda oficial do seu país. Mas quais os riscos disso?
O que é dinheiro?
Para entendermos os riscos disso tudo, precisamos entender o que é dinheiro. Mas apesar de eu considerar o dinheiro um assunto muito complexo, vou tentar deixar simples:
Dinheiro é a representação do seu tempo. Nada além disso.
Você trabalha x horas por mês para receber o seu salário. Então o seu salário nada mais é que a soma do seu tempo + seus esforços.
É o tempo que você dedicou para se tornar a ser capaz de fazer esse trabalho (estudo/preparação) + o tempo que você gasta ao desempenhar esse trabalho.
Seu salário será o espelho disso e seus gastos também.
Quando você quer adquirir algo, leve em consideração quanto do seu tempo será preciso para você poder comprar o que deseja: 1 pizza de 50 reais acaba custando 5h, 10h ou 3 dias do seu tempo dedicado, dependendo do quanto você ganha.
Por isso, quando você recebe por determinado serviço, nesse valor se agrega todo esforço que você teve para ser capaz de desempenhar a tarefa, resultando no seu valor/hora.
Uma vez que entendemos que nosso dinheiro é a representação do nosso tempo, alguns detalhes ficam mais fáceis de serem percebidos…
Se tempo é dinheiro, e a única ferramenta que o Estado te permite armazenar o seu tempo é totalmente controlada por eles, a inflação é o Estado roubado o seu tempo.
Tudo, repito, TUDO é baseado em oferta e demanda. Se você quer muito uma coisa (e outras pessoas também) e essa coisa é escassa, o preço sobe. Vimos exemplos na pandemia sobre o preço de produtos que sofreram um choque de demanda, onde a oferta seguia uma linha considerada normal, mas a demanda teve muito aumento, fazendo com que os preços subissem: luvas, mascaras, álcool em gel e muitos outros produtos.
Agora, sabendo que o dinheiro é uma ferramenta que TODOS os cidadão do país usam, onde todo mundo armazena seu tempo e esforço, e o Estado sem nenhuma restrição pode
aumentar a oferta de dinheiro em circulação, pela lógica o valor do dinheiro em circulação é cair. E cai.
Enquanto todas as pessoas estão produzindo e armazenando isso no dinheiro fiduciário (controlado por um Estado), o Estado tem o poder de imprimir dinheiro novo e, com
isso, tirar poder de compra de todo dinheiro que já está em circulação no mercado.
E isso afeta a população de formas muito distintas. Onde o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre.
Isso acontece porque todo dinheiro recém impresso segue ao Banco Central e são encaminhados para o Banco do Brasil e depois para os demais bancos. Mas um detalhe
muito importante sobre a inflação é que o dinheiro recém impresso continua com o valor do dinheiro que já existia. O dinheiro vai perdendo valor conforme o mercado vai sentindo o aumento da oferta. Isso quer dizer que, quem controla o dinheiro e recebe ele primeiro, acaba gastando esse dinheiro com valor muito maior do que quem recebe por último. A classe trabalhadora, que recebe por último, acaba sendo também a mais afetada pelo aumento de preços causados pela inflação.
O que é escravidão?
Saindo dos efeitos e voltando sobre o que é a inflação, chegamos num ponto bem delicado de se olhar para esse assunto: qual a diferença da inflação para escravidão?
Dando um google rápido sobre o que é escravidão, tive essas resposta “A escravidão é a prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, imposta por meio da força.”
Se você se sentar com outras pessoas e falar que ainda existe escravidão, algumas pessoas vão te olhar torto, te chamar de doido, que isso já não existe mais e que é só uma parte triste da nossa história. Mas será que é isso mesmo?
Qual a diferença do Estado pra um Senhor do Engenho (como eram chamados os donos e controladores dos escravos)?
O Senhor do Engenho, via coerção (é isso ou morte), tinha total controle sobre o tempo escravo. Sobre quantas horas ele trabalhava, o que ele comia (se comia), e todo esforço vindo dele era lucro do Senhor do Engenho e não dele, sendo assim ele não conseguia ter acumular riquezas apesar de muito trabalhar.
O Estado ao controlar a moeda tem total controle sobre o tempo das pessoas e pode a qualquer momento tirar valor de todas as pessoas do país ao mesmo tempo pra gastar da forma que eles acharem melhor. Isso significa que, independente de quem estiver na cadeira presidencial, essa pessoa terá controle total sobre seu tempo. Se essa pessoa decidir tirar qualquer % da riqueza da população e colocar em suas mãos, é algo que ele pode fazer (e tem sido feito ano após ano).
Isso me faz voltar a pergunta que fiz lá no começo… O que é inflação? É o nome da escravidão moderna.