A Conclusão do Ciclo Longa da Dívida e a Ascensão do Bitcoin

Explica Bitcoin
18 min readJul 15, 2021

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Esta é uma tradução do texto “The conclusion of the long-term debt cycle and the rise of Bitcoindo Dylan LeClair publicado originalmente em 12 de abril de 2021 na Bitcoin Magazine.

Tradução por Leta.

Com a palavra, o autor:

A conclusão do ciclo da dívida de longo prazo é uma realidade econômica inevitável que coincide com a ascensão do Bitcoin.

Neste artigo, detalharei porque o sistema financeiro global vigente está irreversivelmente quebrado, como ele chegou a esse ponto e como será o mundo saindo do outro lado da crise atual. Usarei as estruturas apresentadas em Princípios para Navegar nas Grandes Crises de Dívida de Ray Dalio junto com minha própria análise para contextualizar o cenário econômico global e detalharei como o surgimento do Bitcoin como um ativo monetário global servirá como uma válvula de escape.

Para uma versão resumida dos Princípios para Navegar nas Grandes Crises de Dívida, assista a este excelente vídeo de 30 minutos produzido pelo próprio Dalio.

A CICLICIDADE DA DÍVIDA

Para simplificar, a dívida é cíclica. Quando você toma dinheiro emprestado hoje, você aumenta seu poder de compra hoje às custas do poder de compra de seu eu futuro. Comprar algo que você não pode pagar hoje significa que está gastando mais do que ganha: está tomando emprestado não apenas do credor, mas também de sua produtividade/produção futura. Em um sistema econômico baseado no crédito, as expansões e contrações da disponibilidade de crédito atuam como motores do crescimento/atividade econômica e da contração/recessões, respectivamente.

Isso é verdade tanto no nível individual quanto no macroeconômico. Quando um indivíduo pede dinheiro emprestado para consumir ou investir e não recebe um retorno positivo, isso diminui o investimento/consumo/gasto futuro dessa pessoa. A mesma estrutura se aplica a setores de um sistema econômico ou, mais amplamente, aos sistemas econômicos como um todo.

Embora a produtividade seja o aspecto mais importante de um sistema econômico no longo prazo, não a produtividade, mas as forças da dívida/crédito são as principais forças motrizes nas oscilações econômicas voláteis.

VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO

O valor do dinheiro no tempo é um conceito muito importante nas funções de dívida e crédito em um sistema econômico. Explicado de forma simples, qualquer ator econômico racional preferiria receber dinheiro hoje em vez de receber a mesma quantia no futuro. Há um custo de oportunidade em se separar de dinheiro, e o retorno que alguém poderia ganhar com seu dinheiro amanhã, separando-o hoje, deveria teoricamente ser positivo para compensar o risco e o custo de oportunidade.

A INTERAÇÃO ENTRE OS CICLOS DE DÍVIDA DE CURTO E LONGO PRAZO

Embora a maioria esteja familiarizada com o ciclo da dívida de curto prazo, muitos não estão familiarizados com o conceito de ciclo da dívida de longo prazo, que tem uma importância muito maior. A razão pela qual muitos não estão familiarizados com o ciclo da dívida de longo prazo é porque ele se repete muito raramente, cerca de uma vez a cada 75–100 anos. A maioria das pessoas vive toda a vida sem experimentar a conclusão de um ciclo de dívida de longo prazo e, portanto, seu significado raramente é compreendido.

A seguir, delinearei os ciclos arquetípicos da dívida de curto e longo prazo e apresentarei algum contexto histórico e estatísticas atuais para enquadrar o estado atual da economia doméstica e global.

O CICLO DE DÍVIDA DE CURTO PRAZO: ~ 7–10 ANOS

Os ciclos da dívida podem ser observados visualizando-se as taxas de endividamento e as taxas de juros, entre outras métricas. Embora não tenha havido um mercado completamente livre para o custo de capital durante a era do banco central, as taxas de juros estabelecidas pelos bancos centrais servem como a “taxa livre de risco”, sobre a qual é construída a base econômica. Com a vantagem da retrospectiva, pode-se ver claramente muitos exemplos de ciclos de dívida de curto prazo, mais comumente conhecidos como o “ciclo de expansão e queda”, observando as taxas de juros estabelecidas pelos bancos centrais.

O CICLO DE DÍVIDA DE LONGO PRAZO: ~ 75–100 ANOS

O ciclo da dívida de longo prazo é composto de vários ciclos de dívida de curto prazo. As crises de dívida ocorrem porque os custos da dívida e do serviço da dívida aumentam mais rapidamente do que as receitas são capazes de suportá-las, o que exige desalavancagem. Em resposta à contração do crédito, os bancos centrais podem reduzir as taxas de juros, o que reduz os custos relativos do serviço da dívida e fornece à economia um impulso estimulante. Esse processo se repete à medida que os investimentos produtivos são feitos, e o boom ascendente auto-reforçador da expansão do crédito gera então atividade especulativa e má alocação de capital. Por fim, a carga da dívida e as despesas com juros crescem demais para serem atendidas, e os bancos centrais reagem cortando novamente as taxas de juros.

Ao longo de cada ciclo, as taxas de juros no pico e no vale cíclicos são mais baixas do que no pico e no vale do ciclo anterior. Esse processo se repete até que as reduções das taxas de juros que possibilitaram cada expansão subsequente não possam mais continuar, à medida que as taxas de juros atingem o limite inferior de zero. As taxas de juros chegando a zero marcam o começo do fim para um regime monetário, pois significa que o endividamento em todo o sistema econômico atingiu níveis insustentáveis. O caminho lógico a partir desse ponto, se seguirmos a estrutura de incentivos dos formuladores de políticas com uma perspectiva histórica, é sacrificar o valor da moeda.

TIPOS DE POLÍTICA MONETÁRIA

Em um evento de desalavancagem, três formas principais de política monetária podem ser usadas para aliviar o peso da dívida. Conforme definido por Dalio em grandes crises de dívida:

Política monetária 1: política monetária baseada nas taxas de juros. Esta é a ferramenta mais utilizada pelos bancos centrais e é a ferramenta mais eficaz para “estimular” a economia. Isso ocorre porque reduzir as taxas:

1) aumenta o valor presente dos ativos, 2) torna mais fácil comprar itens e investir com crédito e 3) reduz a carga do serviço da dívida. A redução das taxas de juros é quase sempre a primeira resposta a uma crise de dívida, se houver espaço para cortar ainda mais as taxas.

Política monetária 2: flexibilização quantitativa (QE), ou “impressão de dinheiro” para comprar títulos de dívida/ativos financeiros. O QE coloca o dinheiro nas mãos dos investidores, que então procuram redistribuí-lo em outros instrumentos financeiros. Alguns economistas argumentam que QE não é impressão de dinheiro porque o processo envolve a troca de um ativo financeiro por uma quantidade igual de dinheiro. Essa lógica é falha, pois o dinheiro recém-impresso oferece ofertas nos mercados de crédito que de outra forma não existiriam.

O QE afeta positivamente os investidores e os valores dos ativos, mas faz muito pouco para ajudar aqueles que não têm ativos. Em muitos casos, incluindo a situação atual, isso aumenta significativamente a diferença de riqueza. Quanto mais o QE é usado, menos eficaz ele se torna. O QE é mais eficaz quando há falta de liquidez nos mercados financeiros, mas uma vez que os mercados de crédito se tornem suficientemente reinflados, os efeitos diminuem com cada unidade marginal de moeda impressa.

Política monetária 3: “Pagamentos de estímulos e auxílios”. Essa forma de política coloca o dinheiro diretamente nas mãos do povo. A recente popularização e apoio à renda básica universal e cheques de estímulo são exemplos de Política Monetária 3. Essa forma de política monetária é usada porque as duas primeiras beneficiam desproporcionalmente a classe de investidores, deixando as classes média e baixa lutando para sobreviver. A aceitação política deste tipo de política monetária torna-se mais prevalente no final do ciclo da dívida, quando os hiatos de riqueza são mais graves e as massas procuram qualquer maneira possível de “progredir”.

Outra forma desse tipo de política monetária é o gasto fiscal financiado por dívida e monetizado pelo banco central, ou o que hoje está sendo chamado de “Teoria Monetária Moderna

BREVE VISÃO GERAL DA HISTÓRIA MONETÁRIA

O dólar e a ordem monetária global mudaram consideravelmente em 1971 com o Choque de Nixon. Com outras nações tendo concordado anteriormente em atrelar suas moedas ao dólar dos EUA, e ao dólar dos EUA resgatável em ouro pelos bancos centrais globais, a decisão de Nixon de fechar “temporariamente” a janela do ouro em agosto de 1971 mudou a ordem monetária global para sempre. Logo após essa decisão, em março de 1973, as moedas dos países do G10 abandonaram o padrão de taxa de câmbio fixa e começaram a flutuar no mercado aberto.

Pela primeira vez na história, quase todo o mundo — com uma economia global cada vez mais desenvolvida e interconectada — tinha moedas de livre flutuação (ou seja, puramente fiduciárias). Como resultado, uma dinâmica muito interessante tornou-se cada vez mais prevalente, por meio da qual as nações são incentivadas a desvalorizar competitivamente suas moedas (e, portanto, o custo do capital em suas economias domésticas) para atrair fluxos de capital estrangeiro e impulsionar seus mercados de exportação.

Se uma nação mantém a força de sua moeda e não a desvaloriza junto com o resto das moedas fiduciárias do mundo, o poder de compra do país se valoriza significativamente, mas sua base de manufatura doméstica e a competitividade no comércio internacional diminuem significativamente.

Embora o dólar e as decisões de política monetária do Federal Reserve sejam domésticas, as decisões tomadas pelos formuladores de políticas não existem no vácuo e são influenciadas pelo papel do dólar como moeda de reserva global da economia internacional.

O FIM DO JOGO

É claro que estamos nos estágios finais de um superciclo da dívida que ocorreu nos últimos 80 anos. Estamos no fim do jogo da ordem monetária atual e algo novo terá que preencher o vazio.

Taxa de juros efetiva da renda fixa americana, 1955–2021

Ao longo das últimas 4 décadas, as taxas de juros estiveram em uma tendência secular de baixa e, inversamente, as cargas de dívidas continuaram a se acumular em todo o sistema econômico. Todo boom econômico ocorrido desde 1981 foi auxiliado por estímulos na forma de política monetária mais frouxa.

Isso pode ser observado em um gráfico da Taxa Efetiva de Fundos Federais, bem como na variação percentual ano contra ano do PIB real. O crescimento de longo prazo em produtividade e tecnologia resulta do empreendedorismo e engenhosidade humana, mas no curto a médio prazo, os ciclos de crédito têm impactos importantes sobre a atividade econômica.

Observe a redução das taxas de juros que acompanha cada queda do PIB real.

Variação (%) anual do PIB, 1981–2021

As taxas de juros atingiram o pico de 19% em 1981 e, nos últimos 40 anos, estiveram em uma tendência secular de baixa. Em outras palavras, nos últimos 40 anos, os fluxos de caixa descontados fizeram com que todos os ativos disparassem. Títulos, ações e imóveis se valorizaram em ordens de magnitude com base nas avaliações apoiadas por taxas de juros cada vez menores, e esses aumentos de preços não podem ser medidos de forma eficaz com a métrica falha do IPC. Agora, com as taxas de financiamento do Federal Reserve no limite inferior zero, reduzir as taxas de juros não é mais uma opção.

Abaixo estão os gráficos que ilustram três dos mais recentes ciclos de dívida de curto prazo, conforme observado pela Taxa Efetiva de Fundos Federais.

0.25% → 2.25% → 0.25%, 2015–2020
1.0% → 5.25% → 0.25%, 2004–2009
3,0% → 6,5% → 1,0%, 1994–2004

EFEITOS DE SEGUNDA ORDEM DA POLÍTICA MONETÁRIA DE DINHEIRO FÁCIL

Um efeito colateral da política monetária cada vez mais branda nas últimas décadas é a inflação significativa dos preços dos ativos. A maior parte do aumento nos preços dos ativos não foi o resultado do aumento da produtividade ou da produção, mas sim o resultado da expansão maciça do crédito e da redução das taxas de desconto após cada “estouro” subsequente ou evento de desalavancagem. A inflação dos preços dos ativos concentra a riqueza nas mãos de poucos, e a agitação social e a polarização popular são efeitos de segunda ordem disso.

“As lacunas de riqueza aumentam durante as bolhas e tornam-se particularmente irritantes para os menos privilegiados durante os tempos difíceis … É durante esses tempos que o populismo tanto à esquerda como à direita tende a emergir. O quão bem as pessoas e o sistema político lidam com isso é a chave para quão bem a economia e a sociedade resistem ao período. Conforme mostrado abaixo, tanto a desigualdade quanto o populismo estão aumentando nos Estados Unidos hoje, da mesma forma que estavam na década de 1930. Em ambos os casos, o patrimônio líquido dos 0,1 por cento do topo da população era aproximadamente igual ao dos 90 por cento da base combinados. ” — Grandes crises de dívida (Big Debt Crises)

Com esse enquadramento, a polarização e a divisão política que surgiram nos Estados Unidos na última década fazem sentido. Não há nada de novo sob o sol e, se voltarmos no tempo, podemos ver exemplos semelhantes ao longo da história. Os movimentos e políticas populistas cada vez mais populares que se consolidaram nos Estados Unidos são uma resposta esperada de uma classe de pessoas que foi prejudicada por decisões de política monetária que se estenderam por décadas. Quem quer que se concentre nos atores individuais e não na desigualdade sistemática criada e possibilitada pela política monetária de dinheiro fácil está perdendo o que realmente aconteceu.

“Em alguns casos, aumentar os impostos sobre os ricos torna-se politicamente atraente porque os ricos ganharam muito dinheiro no boom — especialmente aqueles que trabalham no setor financeiro — e parecem ter causado os problemas por causa da sua ganância. As compras de ativos financeiros pelo banco central também beneficiam desproporcionalmente os ricos, porque os ricos possuem muito mais desses ativos. Grandes mudanças políticas para a esquerda normalmente aceleram os esforços redistributivos. Isso normalmente leva os ricos a tentar mover seu dinheiro de maneiras e para lugares que forneçam proteção, o que por si só tem efeitos sobre os mercados de ativos e moedas. ” — Grandes crises de dívida

Um exemplo recente pode ser visto na pressão dos senadores democratas Elizabeth Warren e Bernie Sanders para aprovar um imposto sobre a fortuna. Diferente de um imposto padrão sobre ganhos de capital, um imposto sobre a riqueza confiscaria uma porcentagem da riqueza de uma pessoa acima de um certo limite de patrimônio líquido. Muitas pessoas em todo o espectro político acreditam que essas políticas são necessárias por causa dos “males do capitalismo”. No entanto, a ironia é que o enorme desequilíbrio econômico e a desigualdade de riqueza atualmente presentes nos Estados Unidos (e no mundo) não são resultados do mercado livre capitalismo. A grande proporção da riqueza detida pelo 1% e pela classe investidora não é resultado de ganhos de produtividade, mas sim de engenharia financeira possibilitada por política monetária fácil.

“CAPITALISMO DE MERCADO LIVRE?” NÃO TÃO RÁPIDO…

Embora os Estados Unidos sejam frequentemente descritos como “capitalistas de livre mercado”, essa afirmação não é exatamente verdadeira. Aqui está o porquê:

Em um sistema econômico capitalista de livre mercado, o mecanismo de precificação mais importante é o dinheiro. Quando há uma instituição monopolista definindo o preço do dinheiro, o mercado não é inerentemente “livre”. Não há nada de graça em reduzir o preço do dinheiro sempre que há uma desaceleração econômica, incluindo as mais recentes injeções de centenas de bilhões e agora trilhões de dólares nos mercados financeiros sempre que ocorre uma grande liquidação de mau investimento. Esse preço monopolístico do dinheiro possibilitou parcialmente crises sistêmicas passadas e garantirá o crescimento de desequilíbrios e excessos futuros. Foi isso que permitiu a má alocação grosseira de capital, cujos efeitos são mais evidentes nas taxas de juros reais negativas oferecidas nos mercados de dívida soberana.

VALOR DE TEMPO DO DINHEIRO = NEGATIVO?

Taxa de retorno dos Bons do Tesouro dos Estados Unidos no momento em que este texto está sendo escrito

Com o FED e atrelando as taxas de juros a zero, junto com a condução de programas maciços de QE para monetizar os déficits federais, as “taxas livres de risco” subjacentes do sistema financeiro, na verdade, prometem risco livre de retorno. Como resultado, as avaliações dos ativos dispararam e os detentores dos referidos ativos ficaram exponencialmente mais ricos.

A divisão da riqueza foi ainda mais exacerbada desde a crise financeira de 2008. Abaixo está o índice S&P 500, que subiu quase 500% em apenas 12 anos, alimentado pelos juros baixos (política de taxa de juros zero) e QE.

Um estudo recente da Pesquisa de Finanças do Consumidor do FED descobriu que os 10% mais ricos das famílias americanas possuíam 84% de todas as ações dos EUA, enquanto os 50% mais pobres das famílias detinham apenas 1%. Isso por si só estabelece que, quando o presidente do FED, Jerome Powell, afirma que as políticas do FED “absolutamente não contribuem para a desigualdade de riqueza”, ele está mentindo descaradamente para salvar a face, ponto final.

QUE VEM DEPOIS?

Então, o que acontece a seguir? A lacuna entre os que têm alguma coisa e os que não têm nada nunca foi tão grande, os bancos centrais prometem manter as taxas de juros em 0% há algum tempo e o endividamento de toda a economia está maior e mais insustentável do que nunca.

Matematicamente, não há saída para o ambiente econômico atual. O único caminho que os formuladores de políticas conhecem é mais do mesmo, que causou os problemas em primeiro lugar: mais estímulo na forma de QE (para fornecer aos mercados financeiros liquidez adicional e suprimir rendimentos) e estímulo fiscal na forma de cheques diretos e ajuda às pessoas para minimizar a inquietação.

Este não é um sistema sustentável, pois se apoia na expansão exponencial da base monetária, o que simplesmente agrava os problemas do ambiente econômico atual. Nessa realidade, os preços dos ativos continuarão a ficar parabólicos e se tornará cada vez mais difícil de sobreviver para as classes baixa e média à medida que os salários reais diminuem devido à política monetária associada ao avanço tecnológico eliminando trabalhos automatizáveis que antes eram realizados por humanos. As ações atuais que estão sendo tomadas simplesmente não são uma solução de longo prazo, como uma olhada nos dados empíricos mostra.

Abaixo está uma série de gráficos que mostram várias métricas de dívida e receita desde 2000. Sinta-se à vontade para tirar suas próprias conclusões a partir deles.

Lucro das Empresas: +55% desde 2000
Dívida corporativa: +166% desde 2000
Média de ganhos médios de uma casa: +63% desde 2000
Passivos totais, famílias e organizações sem fins lucrativos: +146% desde 2000
Produto Interno Bruto: +115% desde 2000
Títulos de dívida e empréstimos, todos os setores: +206% desde 2000
Dívida federal: +380% desde 2000

TECNOLOGIA ALTERANDO AS REGRAS

O problema de perseguir o “crescimento” perpétuo alimentado pela expansão cada vez maior do crédito é que as regras do jogo mudaram. A tecnologia mudou fundamentalmente as regras de nosso sistema econômico, e nosso sistema monetário é incapaz de se ajustar.

Vivemos em um mundo em que a tecnologia de aprimoramento e avanço rápido continua a nos dar mais por menos. À medida que os empregos do passado são automatizados e a tecnologia continua a levar os custos de muitos aspectos da vida a quase zero, nosso sistema monetário exige que tudo continue a aumentar em termos nominais em perpetuidade. Mesmo que os avanços tecnológicos devam dar a todos o presente de um padrão de vida mais elevado por um custo real menor, o sistema monetário vigente deve evitar a deflação a todo custo.

Em um mundo que está experimentando um crescimento tecnológico exponencial, são necessários mais estímulos e dívidas exponencialmente para manter o sistema remendado. Sem quantidades cada vez maiores de estímulo na forma de expansão do balanço dos bancos centrais, as cargas de dívida que se acumularam nos últimos 40 anos seriam desfeitas, o custo da dívida explodiria em termos reais, todos os bancos se tornariam insolventes, e o sistema econômico global experimentaria uma depressão massiva. Lembre-se, só é possível consumir mais do que produz por algo tempo, tanto no nível micro quanto macroeconômico.

Abaixo, estão os balanços dos principais bancos centrais do mundo. Embora este artigo tenha enfocado a economia doméstica dos Estados Unidos, esta figura mostra que estamos descrevendo um fenômeno global.

Os legisladores estão amarrados por decisões tomadas décadas antes de seus mandatos. Suas ações fazem sentido com esse enquadramento, mas isso não torna tais ações “certas” ou uma solução prática de longo prazo para o sistema monetário e econômico global.

A civilização humana está em um ponto de inflexão. A política monetária inflacionária contra o pano de fundo da deflação tecnológica significa que cada vez mais poder ficará concentrado nas mãos do Estado ou que, um a um, os indivíduos voluntariamente optarão por adotar um sistema monetário superior, cujas regras não podem ser arbitrariamente mudado.

A SOLUÇÃO: BITCOIN

“Neste estágio [no ciclo da dívida de longo prazo], os formuladores de políticas às vezes monetizam a dívida em quantidades ainda maiores na tentativa de compensar sua eficácia em declínio. Embora isso possa ajudar um pouco, há um risco real de que a monetização prolongada leve as pessoas a questionar a adequação da moeda como depósito de valor. Isso pode levá-los a começar a se deslocar para moedas alternativas, como o ouro. O desafio econômico fundamental que a maioria das economias enfrenta nesta fase é que as reivindicações sobre o poder de compra são maiores do que a capacidade de atendê-las. ” — Grandes crises de dívida

Estamos vendo isso acontecer hoje. O sistema econômico global está tão superendividado que haveria um colapso deflacionário sem o aumento das injeções / estímulos de liquidez. Como resultado das taxas estagnadas no limite inferior de zero e do aumento exponencial da monetização da dívida, um default em massa está ocorrendo não explicitamente, mas implicitamente. O termo de erro é o valor da própria moeda, que neste caso é o dólar. Um jubileu da dívida está chegando na forma de credores tendo seu poder de compra eliminado.

Durante um período de monetização da dívida, o incentivo econômico racional é proteger a riqueza de uma pessoa buscando ativos que não podem ser desvalorizados ou “impressos”, como o bitcoin. Haverá apenas 21 milhões de bitcoin. Com sua emissão de suprimento programática e perfeitamente inelástica, é a escolha lógica para todo ator econômico racional adotar como reserva primária de valor, meio de troca e, eventualmente, unidade de conta para todos os cálculos econômicos.

Política monetária do Bitcoin

“Muitas vezes, eles são motivados a retirar seu dinheiro do país (o que contribui para a fraqueza da moeda), evitar impostos e buscar segurança em investimentos líquidos não dependentes de crédito (por exemplo, títulos do governo de baixo risco, ouro ou dinheiro) … Isso normalmente leva os ricos a tentar mover seu dinheiro de maneiras e para lugares que forneçam proteção, o que por si só tem efeitos sobre os mercados de ativos e moedas. ” — Grandes crises de dívida

Conforme mencionado anteriormente, os impostos sobre a riqueza e métodos de tributação cada vez mais ambiciosos estão sendo lançados na esfera política como “soluções” para a diferença recorde de riqueza. A história e a realidade econômica contam uma história diferente: esses impostos raramente são eficazes, pois os ricos encontram uma maneira de mover sua riqueza para fora do domínio tributável. Agora, com o surgimento do Bitcoin, existe um ativo resistente a apreensão e censura que está fora do domínio de qualquer jurisdição. Com o Bitcoin, é possível armazenar riqueza de forma autossoberana com absolutamente zero risco de contraparte ou crédito. Qualquer indivíduo ou entidade que enfrente códigos fiscais desfavoráveis ​​pode simplesmente proteger sua riqueza por trás de uma parede de energia criptografada, livre das mãos necessitadas do estado.

A ordem monetária vigente está irreversivelmente quebrada. Em um processo que se desenrolou ao longo de quase um século, o sistema monetário dos Estados Unidos e do mundo mudou, e uma pequena classe de pessoas se beneficiou às custas de todos os outros. Se você é pró-humanidade, deve concordar que um sistema de regras é superior a um sistema de governantes. Contra o pano de fundo do avanço tecnológico, um sistema monetário compatível é necessário. O dinheiro é a função de coordenação de todas as ações na economia, e o Bitcoin é a melhor ferramenta que a humanidade já teve à sua disposição para aproveitar essa função. Com o Bitcoin, o dinheiro é mais uma vez um fenômeno de livre mercado e a humanidade irá florescer como resultado.

Preço do Bitcoin em escala logarítmica — imagem via https://bitbo.io/

Por 12 anos, o Bitcoin se consolidou em todo o mundo como um sistema monetário alternativo em que os indivíduos são livres para adotar voluntariamente. Apesar dos fluxos intermináveis de denúncias de “especialistas econômicos” e “autoridades monetárias”, o Bitcoin continua a aumentar exponencialmente em valor.

Agora, com a ordem monetária vigente se canibalizando, aqui está o Bitcoin, uma rede monetária digital que fornece incentivos diretos para que todos os indivíduos e entidades no planeta o adotem.

Um grande jubileu da dívida está chegando, e mais tarde será conhecido como hiperbitcoinização.

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Written by Explica Bitcoin

Alguém cansado de ler tanta bobagem a respeito de um tema importante. Este espaço será utilizado para traduções e para textos autorais

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